Do glamour das passarelas à praticidade dos guarda-roupas nos lares dos consumidores, é incontestável a relevância da moda no cenário brasileiro. O Brasil se destaca no consumo mundial de moda, sobretudo no que diz respeito à aquisição de roupas e acessórios, ocupando a nona posição no ranking dos países com maior consumo de vestuário.

Quanto à produção, um levantamento realizado pelo IEMI (Inteligência de Mercado) para a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) revela que o volume de vestuário produzido no Brasil atingiu R$ 150,3 bilhões em 2022, registrando um crescimento de 0,5% em comparação aos R$ 149,6 bilhões de 2021.

Ainda segundo a Abit, cerca de 70,9% das unidades produtoras de vestuário em atividade no país são microempresas. Contudo, em termos de produção, as empresas de médio e grande porte detêm a maior fatia, correspondendo a 65,1%. Ou seja, apesar das  empresas de menor porte serem a maioria no segmento de vestuário e moda, detém a menor parcela da produção nacional, pelo fato de não terem uma capacidade produtiva em larga escala como é o caso das empresas com maior porte.

O poder da experiência nas compras e a predominância das lojas físicas

No ano de 2022, o consumo de vestuário no varejo brasileiro atingiu R$ 265,8 bilhões, um aumento de 15,8% em comparação com 2021, conforme dados da Abit. Em termos de volume interno, foram comercializadas 6,27 bilhões de peças, representando um crescimento de 2,7% em relação a 2021.

No mercado nacional de moda, o comportamento do consumidor na era digital chama atenção por manter uma preferência marcante por compras em lojas físicas em detrimento das plataformas online. É o que indicam os dados da Abit, com R$ 244,7 bilhões (92%) de compras realizadas em lojas físicas, distribuídas em aproximadamente 133 mil pontos de venda, espalhados por mais de 4,4 mil municípios. Os restantes R$ 21,1 bilhões (8%) foram gerados pelo comércio eletrônico.

Este comportamento contribui com uma ampliação no número de lojas físicas. De acordo com estudo do IPC Maps, desde 2022, mais de 15 mil estabelecimentos de varejo de vestuário, calçados e artigos de viagem foram inaugurados no Brasil.

A predominância das compras em lojas físicas, mesmo em um contexto de crescimento do comércio online, evidencia, entre outros aspectos, a relevância que os consumidores conferem à experiência pessoal e palpável na escolha de roupas e acessórios. Nesse contexto, é importante que empreendedores estejam constantemente atentos, buscando oferecer experiências diferenciadas que encantem e atraiam os consumidores. Existe um grande potencial em explorar a experiência da compra física: olhar, pegar, sentir, provar, e como mostra a pesquisa, o brasileiro ainda é mais adepto a esta forma de consumo quando se trata de moda.

Mais fatores escolhidos pelos clientes na hora das compras

A clientela adota cada vez mais critérios na hora de fazer suas compras, tendo em vista a infinidade de páginas nas redes sociais e sites de lojas de todo o país a um clique de distância. De acordo com pesquisa da Statista sobre o consumo de vestuário no país, dentre os principais fatores apontados pelos brasileiros para a decisão na hora das compras, estão: a variedade e a qualidade dos produtos, o serviço pós-venda e possuir bons descontos.

Com a chegada das festas de fim de ano, época marcada pela intensa procura por novos looks para confraternizações, Natal e Réveillon, é interessante que empreendedores de moda e vestuário trabalhem estrategicamente com foco nesses fatores para ampliar suas vendas e fidelizar mais clientes.

Redes sociais são aliadas dos empreendedores

Os empreendedores brasileiros estão expandindo sua presença nas redes sociais para divulgar sua marca e comercializar mais peças e serviços oferecidos. De acordo com pesquisa da NuvemCommerce, 67% dos lojistas empregam o Instagram Shopping como um canal adicional de vendas, ficando logo atrás do WhatsApp ou Telegram, utilizados por 73% dos empreendedores (sendo comum o uso de mais de um canal).

A crescente adesão às redes sociais encontra justificativa em seu papel crucial nas vendas de e-commerces de moda, com aproximadamente 74% dos consumidores recorrendo a essas plataformas para realizar suas compras.

Ao mesmo tempo, é nas plataformas digitais que estão concentradas as principais fontes de pesquisas da clientela. Segundo estudo da Qualibest, 98% dos compradores fazem pesquisas antes de adquirir roupas e acessórios, sendo que 40% utilizam sites de busca, 22% exploram Marketplaces diversos, 16% recorrem a aplicativos, e 15% procuram informações nas redes sociais.

Essa tendência ressalta a importância estratégica das redes sociais no cenário do comércio de moda online, reforçando a necessidade dos empreendedores explorarem esses canais para otimizar suas estratégias de vendas e interação com os consumidores.

Perfil socioeconômico dos consumidores do mercado de moda

De acordo com dados da Statista com base na distribuição socioeconômica, as classes B e C (com renda entre R$3.085 e R$5.642) lideram os gastos com roupas, representando 31% e 21%, respectivamente. Em terceiro lugar, a classe D (com renda acima de R$720) contribui com 16% do consumo total.

Tendências ecológicas e sustentáveis

Em matéria publicada na CNN, são destacadas práticas sustentáveis na moda. Dentre elas, a moda ecológica e sustentável, que minimiza o impacto ambiental usando materiais eco-friendly e processos de baixo impacto. Além disso, explora a moda vegana, que evita materiais de origem animal, e o conceito de slow fashion, que promove peças duráveis e um consumo mais consciente, estendendo o ciclo de vida das roupas. Essas práticas não só buscam a sustentabilidade ambiental, mas também consideram aspectos éticos e sociais, redefinindo o paradigma da moda para um modelo mais responsável e consciente.

Mercado da moda paraibana

Terra do algodão orgânico colorido, a Paraíba emerge como protagonista na produção de novas matérias-primas, destacando-se por sua abordagem ambientalmente responsável, valorização do produtor rural e a comprovação de que é economicamente viável investir na moda sustentável.

No estado, segundo dados da Receita Federal do Brasil (RFB), a região da Mata Paraibana concentra a maior parte das empresas do segmento, totalizando 9.156 negócios, o que representa 44,7% do mercado estadual. Em seguida, o Agreste conta com 5.981 empresas (29,2%), seguido pelo Sertão, com 4.056 (19,8%), e a Borborema, com 1.282 (6,3%).

Os cinco principais municípios em número de empresas ativas no primeiro semestre de 2023 são João Pessoa, Campina Grande, Patos, Santa Rita e Cajazeiras, responsáveis por 55,2% do setor no estado. João Pessoa e Campina Grande, juntas, concentram 45,7% do total (RFB).

Ainda de acordo com a RFB sobre o universo da moda paraibana, cerca de 75,9% das empresas são Microempreendedores Individuais (MEI), especialmente atuando no comércio. Do total de empresas com CNPJ ativo, 15.098 estão no varejo de vestuário e acessórios, 1.208 são especializadas em confecção sob medida e 1.042 em confecção de peças de vestuário, por exemplo.

O segmento de moda fomenta a empregabilidade e contribui para a geração de renda na região. O CAGED do mês de junho de 2023 revela que a faixa etária mais ativa no setor está entre 20 e 29 anos, representando expressivos 49,1% das admissões.

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Para obter informações mais detalhadas sobre esse cenário promissor no estado, confira o Boletim Técnico elaborado pelo Sebrae Paraíba clicando aqui.