O varejo brasileiro
atua como um reflexo fiel da economia do país, e o cenário atual apresenta
números positivos: houve crescimento de 1,3% no primeiro semestre de 2023, de
acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com
sua ampliação, o segmento é diversificado e abrange desde pequenos
estabelecimentos locais até grandes redes. Confira o panorama atual do segmento
no Brasil.
Impacto no Produto Interno Bruto
Considerado um pilar da
economia brasileira, em 2021 o varejo restrito registrou um movimento de R$
1,99 trilhão, correspondendo a 22,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Enquanto
isso, o varejo ampliado atingiu a marca de R$ 2,41 trilhões no mesmo período,
representando 27,7% do PIB. O segmento varejista manteve
seu ímpeto de crescimento, registrando 0,9% de expansão no acumulado dos
últimos 12 meses até junho de 2023, segundo o IBGE.
Preferências e influências dos
consumidores
No cotidiano, as
escolhas e comportamentos dos consumidores desempenham um papel crucial nos
resultados do varejo, influenciando diretamente as dinâmicas locais e
regionais. Ao mesmo tempo, consumidores influenciam a decisão de compra de uns
aos outros ao compartilharem opiniões dos produtos na internet. De acordo com
uma pesquisa conjunta realizada pela Lett e Opinion Box, surpreendentes 52,5%
das compras online são influenciadas pelas opiniões de clientes.
Outros fatores apontam para mudanças nas tendências de
consumo através do crescente uso da tecnologia para
compras online, a preocupação ambiental e a busca por experiências de compra
personalizadas, que estão alertando os empreendedores para a necessidade de
maior atenção e sugerindo adaptação. A capacidade do segmento em se ajustar a
essas mudanças e antecipar as necessidades dos consumidores é vital para o
sucesso contínuo e para sua contribuição para a economia nacional.
Esses novos horizontes de adaptação estão apresentando bons números, visto que
o varejo registrou resultados positivos em 22 das 27 Unidades da
Federação durante o primeiro semestre de 2023. A Paraíba
conquistou a terceira posição nacional, com um crescimento de 2,2%, acima da
média brasileira de 1,3%. Esses dados ressaltam a importância de compreender e
adaptar-se às preferências em constante evolução dos consumidores para o
sucesso contínuo no cenário varejista brasileiro.
Crescimento do e-commerce
A digitalização do
comércio, o surgimento de marketplaces online e a adoção generalizada de
sistemas de pagamento eletrônico estão redefinindo a maneira como as transações
comerciais acontecem no dia a dia. De acordo com a Associação Brasileira de
Comércio Eletrônico (ABComm), mais de 10% das transações no varejo nacional ocorrem
online.
Os números também indicam que o consumidor está cada vez mais inclinado a
buscar a comodidade e praticidade oferecidas pelo ambiente online. Um estudo
realizado pela Octadesk e Opinion Box revela que 61% dos consumidores
preferem fazer suas compras pela internet em comparação
com lojas físicas, com 78% confirmando que realizam compras online uma ou mais
vezes por mês.
Com isso, o primeiro semestre de 2023 registrou um crescimento contínuo nas
vendas de e-commerce, atingindo a expressiva marca de R$80,4 bilhões,
representando um aumento de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior,
conforme dados da ABComm. Diversas categorias contribuíram para esse resultado
positivo, incluindo eletrodomésticos, moda, alimentos e bebidas, eletrônicos,
telefonia, casa e decoração, e informática.
Fatores econômicos
favoráveis, como a redução da taxa de juros e da inflação, foram apontados como
impulsionadores desse crescimento. Essas condições econômicas favoráveis podem
ter contribuído para o aumento da confiança do consumidor, refletido em uma alta de 4,1 pontos em junho, segundo
a Fundação Getúlio Vargas, resultando em um incremento nas compras online.
Com cenário positivo, a projeção otimista da ABComm, indicando um faturamento
estimado de R$ 185,7 bilhões até o final de 2023, reflete a confiança no
contínuo potencial de crescimento do e-commerce no país. É um momento
empolgante para o varejo, onde a adaptação às tendências tecnológicas se revela
não apenas uma necessidade, mas também uma oportunidade para os empreendedores
explorarem novos horizontes no mundo digital.
Tendências e oportunidades
O Relatório de Varejo 2022, da Adyen, lança luz sobre as
tendências que moldam o segmento atualmente e podem servir de inspiração para
varejistas experientes e novos empreendedores. Segundo a análise da Totvs, especializada em sistemas e
plataformas empresariais, é preciso investir na Economia
Circular, colocando a sustentabilidade e o uso consciente de recursos no centro
das operações comerciais. Paralelamente, no movimento Recommerce, impulsionado
pela Geração Z, que promove a venda de produtos de segunda mão, atendendo à
necessidade de economia e à crescente demanda por um consumo mais sustentável.
A busca incansável por hiperconveniência é uma tendência, que redefine a
experiência de compra, com os consumidores priorizando a praticidade e a
rapidez. Isso se reflete na crescente adoção de tecnologias de pagamento, como
PIX, QR Code e carteiras digitais. Além disso, o Marketing Holístico ganha
espaço, não se limitando apenas aos produtos, mas também incorporando valores e
posicionamento de marca.
Para a Totvs, a integração perfeita entre canais de venda e comunicação,
conhecida como Omnichannel, torna-se essencial para proporcionar uma
experiência contínua aos clientes. É
preciso que os empreendedores façam cada vez mais uso estratégico de
ferramentas como o CRM (Customer Relationship Management) e a análise de dados,
que orienta as decisões comerciais, enquanto a integração entre canais de venda
visa criar uma sinergia eficaz entre o online e o offline.
Outra tendência é o Retailment, que une entretenimento e varejo em lojas
físicas, e cria novas formas cativantes de atrair clientes. Novos modelos de
venda, como as Lojas Autônomas e o Quick Commerce (compras rápidas com entrega
no mesmo dia), estão transformando radicalmente a maneira como as pessoas
compram e recebem produtos. Enquanto isso, o Social Commerce, presente em
plataformas sociais, aproveita o poder das redes para impulsionar as vendas.
O futuro do varejo está sendo moldado agora, e as possibilidades são
empolgantes para quem pretende atuar no ramo.
Cenário promissor na Paraíba
No cenário regional, a
Paraíba se revela como um convite caloroso para empreendedores ansiosos por
explorar um mercado varejista dinâmico e diversificado. Com aproximadamente
47.697 empresas ativas nesse segmento, a região exibe uma densidade empresarial
notável, contando com uma média de 173 empresas para cada mil em atividade,
equivalendo a uma empresa para cerca de 85,1 habitantes, segundo dados da
Receita Federal do Brasil.
A distribuição desses empreendimentos pelas mesorregiões paraibanas é liderada
pela Mata Paraibana, representando 38,52% do total de empresas varejistas do
estado, seguida pelo Agreste Paraibano com 31,5%, Sertão Paraibano com 22,8%, e
Borborema com 7,6%, conforme informações da RFB.
Os centros urbanos predominantes, incluindo João Pessoa, Campina Grande, Santa
Rita, Patos e Bayeux, emergem como pontos estratégicos para investimentos no
varejo, contribuindo conjuntamente com 43,5% do total de empresas desse
segmento na Paraíba.
Para empreendedores interessados nesse ramo, destaca-se o forte predomínio dos
microempreendedores individuais (MEI), representando expressivos 57,9% do
mercado varejista paraibano. Essas iniciativas refletem um ambiente propício
para negócios mais flexíveis e adaptáveis às novas demandas locais do mercado a
partir de pequenos negócios.
Boletim Técnico do Varejo no Estado
Para entender melhor o
panorama do varejo paraibano, o Sebrae Paraíba produziu um boletim técnico do
segmento no primeiro semestre de 2023. Este recurso fornece dados consolidados,
insights e tendências, essenciais para empreendedores que buscam se destacar em
um mercado vibrante e cheio de oportunidades. Acesse o boletim aqui e impulsione sua atuação no
estado.