Veja o que é quiet quitting e como esse movimento pode influenciar a geração de novos negócios
O mercado de trabalho é competitivo e, muitas vezes, cansativo. Falta de
reconhecimento, falta de valorização, desânimo, exaustão e doenças mentais
podem acometer muitos colaboradores.
A partir disso, um fenômeno tem
se tornado cada vez mais evidente: o quiet quitting que, muitas vezes, está
relacionado com a busca por uma maior qualidade de vida e uma relação mais
equilibrada entre trabalho e vida pessoal.
E para entender mais sobre
este tema, no post de hoje vamos contextualizar o que é o movimento quiet
quitting que está acontecendo no mercado, suas consequências e como ele pode
estar relacionado ao empreendedorismo.
O que é Quiet
Quitting?
Quiet Quitting em tradução livre para o português significa “desistência
silenciosa”. Este movimento consiste no trabalho mínimo necessário para cumprir
com as demandas e responsabilidades no trabalho.
Seria, então, não assumir
mais deveres do que as suas atuais tarefas do seu cargo na empresa. A
finalidade é prevenir o burnout e dar voz aos insatisfeitos pela forma que são
tratados no trabalho (fonte: Forbes).
Cansados com a falta de
reconhecimento e de compensação financeira, o intuito das pessoas com o quiet
quitting é delimitar o campo profissional de sua vida pessoal e não aceitar
mais a cultura do excesso de trabalho.
De acordo com a informação
de uma matéria da BBC, o fenômeno da “desistência
silenciosa” é baseado na autopreservação e no “agir de acordo com o seu
salário”.
Entenda o fenômeno Quiet Quitting
Nos últimos dois anos, principalmente por
causa da pandemia, a forma de trabalhar mudou. Muitos colaboradores foram
designados para trabalhar de maneira home office.
Isso traz alguns benefícios, como a
flexibilidade de rotina e a economia de tempo no trânsito, mas também provoca o
aumento de ansiedade, depressão e o sentimento de falta de controle.
Por ser mais difícil de compreender o limite
entre casa e trabalho, também dificulta os momentos de descanso, relaxamento e
momentos com a família.
Em uma pesquisa da Gallup, foi
demonstrado que 50% dos trabalhadores americanos estão praticando a
“desistência silenciosa”. Sendo que a Geração Z e os Millenials apresentaram
uma diminuição no engajamento e na satisfação com o empregador.
Isso significa que metade dos trabalhadores
dos Estados Unidos, na faixa etária de até 40 anos, está à procura do
equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Este movimento repercutiu muito, pois cria a
sensação de empoderamento pessoal e controle da própria vida, além de legitimar
as preocupações profissionais e de saúde mental.
A desvantagem do movimento Quiet Quitting
Podem existir desvantagens e falhas na
comunicação entre empregador e empregado ao adotar o movimento da “desistência
silenciosa”.
Isso porque há “regras” que não são ditas
diretamente dentro de uma empresa para você ser promovido, por exemplo.
Assumir mais responsabilidades e tarefas do
que o seu cargo define, muitas vezes é visto como uma forma positiva pelo
empregador e você deixa evidente que está à disposição para acrescentar no
desenvolvimento da empresa.
Então, quando isso não é feito, pode gerar um
conflito entre você e seu líder e ele pode pressupor que você não é tão
dedicado assim.
Mas existem algumas formas de contornar esta situação, tais como:
· Estabeleça limites desde o início do vínculo profissional;
· Exponha as situações que te incomodam e as condições que você almeja;
· Entenda o que é prioridade para você e demonstre.
Mas com o declínio de satisfação por parte dos
colaboradores com seus chefes e também a não resolução de conflitos, uma nova
solução foi encontrada para quem deseja retomar o controle e equilíbrio de sua
vida.
A relação entre Quiet
Quitting e a geração de novos negócios
Com pouco prazer no trabalho e adeptos do
fenômeno quiet quitting, os colaboradores estão preferindo investir os seus
esforços em suas próprias marcas gerando, assim, nos negócios.
A migração de talentos e habilidades de um
trabalho formal para o empreendedorismo é uma realidade muito comum. Devido à busca
para eliminar os excessos de trabalho sem reconhecimentos, as pessoas estão
mais focadas em realocar seus talentos para o que realmente lhe tragam
recompensas.
Um relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apresenta dados sobre o empreendedorismo (fonte: Sebrae):
· A Taxa de Empreendedores Estabelecidos aumentou de 8,7% da população adulta, em 2020, para 9,9%, em 2021;
· 28,5% dos empreendedores iniciais têm curso superior;
· 57% dos empreendedores ganham até três salários-mínimos.
Além disso, a revista Exame também trouxe
outras informações sobre a pesquisa da GEM:
·
O Brasil possui 43 milhões de empreendedores. Dentre
esses números estão aqueles que já tem um negócio formalizado ou realizaram
alguma medida com a intenção de abrir a própria empresa;
·
O Brasil possui a sétima economia com o maior
número de empreendedores estabelecidos do mundo;
·
E para 76% dos entrevistados, fazer a diferença
no mundo é o que incentiva a criação de um negócio.
A partir disso,
podemos entender que uma alternativa que tem sido encontrada por esses
colaboradores insatisfeitos é investir em seu próprio negócio, tornando-se
empreendedores.
A iniciativa de
empreender está conectada com o controle pessoal e empoderamento, já que um
empreendedor obtém uma maior flexibilidade de carga horária e pode integrar seu
trabalho com outros objetivos de vida.
O grande dilema é
que a geração que optou por este fenômeno como uma forma de prevenir o burnout
deverá ter grandes habilidades para encontrar um equilíbrio na vida
profissional, pois no empreendedorismo o esforço e trabalho devem ser
empregados constantemente.
Mas também existe
a perspectiva de que trabalhar para si é mais satisfatório, pois você pode
conseguir administrar o volume de trabalho, os horários, o nicho ou segmento
que irá empreender, entre outras razões.
A realidade é que
todo movimento tem seus prós e contras: o essencial é conseguir identificar
seus pontos fortes e suas vulnerabilidades para empregar da maneira mais eficiente
na sua vida.
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